AFETO PSEUDOBULBAR: DIAGNÓSTICO, ESCALAS E TRATAMENTO DA DOENÇA DO CORINGA

Autores deste artigo

• ALMIR TAVARES

Resumo

O afeto pseudobulbar (ou ?riso e choro patológico? ou ?labilidade emocional? ou ?transtorno da expressão emocional involuntária?) é um intrigante fenômeno neuropsiquiátrico que surge ao longo do curso de variadas condições neurológicas e injúrias, que incluem acidente vascular encefálico, traumatismo cranioencefálico, doenças do neurônio motor, esclerose múltipla, neoplasias cerebrais, demências, transtornos parkinsonianos e outros. Há episódios abruptos e breves de riso e/ou choro, estereotipados e involuntários, de natureza congruente ou incongruente com as emoções dominantes, que pioram a socialização e reabilitação. É um problema estigmatizante. Profissionais de saúde falham em reconhecê-lo como tratável, confundindo-o com depressão e reação psicológica à doença neurológica. As escalas PLACS e CNS-LS mensuram os sintomas. Antidepressivos são usados off label, e a associação dextrometorfano/quinidina é aprovada pela Food and Drug Administration e pela European Medicine Agency. A quinidina serve para elevar a biodisponibilidade do dextrometrofano, inibindo seu metabolismo CYP 2D6. Semelhante à quetamina, o dextrometorfano é um antagonista não competitivo de glutamato no receptor NMDA e agonista no receptor sigma-1, que inibe o receptor NMDA. Ademais, o dextrometorfano se liga a transportador de serotonina e a receptor serotonérgicos 5-HT1B/D e modula níveis de serotonina.

Palavras-chave

Afeto pseudobulbar; transtorno da expressão emocional involuntária; acidente vascular cerebral; traumatismo cranioencefálico; quinidina?dextrometorfano; antiglutamatérgico.